Sobre aproximação entre escola e família, na realidade contemporanea.

Quando uma só geração sofre um processo de “deseducação”, com boicotes a partir do Estado, ou de intervenções políticas subjugadoras, deixando de investir apropriadamente no sistema de educação-ensino, cria-se um problema de tal natureza e dimensão que não é possível resolve-lo sem dolorosos sacrifícios. A geração “deseducada” em certo ponto é praticamente perdida. O Brasil passou por essa violência durante o período do golpe militar através da limitação do pensamento na educação, e em seguida levou outro golpe terrível pelo liberalismo “democrático”, onde houve o sistemático desaparelhamento do sistema educacional, reduzindo-se ao máximo as verbas destinadas a educação e cultura. Tal violência estabeleceu o caos social: as famílias estão desestruturadas, e as instituições de ensino quase falidas. De que servirá aproximar uma escola decrépita com uma família destrambelhada? É preciso um verdadeiro e pesado investimento em educação, reerguer as estruturas de ensino, re-capacitar a todo custo o corpo docente, oferecer condições dignas de trabalho e de existência. Ninguém se ergue da miséria. É preciso colocar leis que limitem os lucros das instituições bancárias, pois estão concentrando e retendo, criminosamente e covardemente, metade de toda a riqueza produzida no país. Assim se estabelece a miséria. A Educação Musical só vai contribuir para a aproximação da escola e famílias quando a escola for escola. Sem dinheiro não tem escola. Só boas vontades criam mártires, mas não escolas. É preciso INVESTIMENTO. Então, com INVESTIMENTO, pode existir uma escola. E em uma escola, a Educação Musical pode aproximar facilmente as mães de seus filhos, pois é notório como uma mãe ou um pai (principalmente a mãe, é claro) se “derretem” ao ver seu filho cantando e tocando música. Assim, como a música tem por natureza o elemento que aglomera, aproxima, une, emotiva, teremos a formula fechada. Falta dinheiro para o sistema de educação, falta música na vida das pessoas. Sobre o “mineirismo” eu sou cético, justamente porque conheço os hábitos e cultura mineiros. Chega de mártires, de poses, de pietismos, de aparências. Chega de Aécios e Serras, de partidos sociais, de conversa fiada: CADÊ O DINHEIRO PARA A EDUCAÇÃO ???